terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ela não é uma delicia?!?!

A minha paixão pela Magali já é uma coisa avassaladora. Mas quando ela toma banho, é tosada e ainda aparece ao pé de mim toda perfumada cheia de estrelinhas e brilhantinhos...eu perco a cabeça de vez e encho-a de beijos constantemente. Mais o lacinho ou a roupinha de menina à mistura e é a maior ternura do Mundo. 
Sinceramente acho que foi esta foto que convenceu a dona Maria Teresa a deixar-me levá-la para Portugal um dia mais tarde. Até lá, continuamos à espera uma da outra, com a certeza de que nunca nos iremos separar definitivamente...

domingo, 1 de janeiro de 2012

23 anos com sabor a Brasil!


 Há 23 anos que sonho em passar o meu dia de aniversário na praia, no calor e finalmente concretizei esse meu sonho. 
Apesar do tempo não estar grande coisa ultimamente, para não dizer que está uma merdinha, a noite antes do meu aniversário esteve óptima e então resolvemos ir à temakeria e ao sushi onde vamos habitualmente. Foi tão bom matar saudades, o sushi cá tem outro sabor, até acho que é mais saboroso e gostoso. Depois ainda fui com o Lobo e a Mirian ao No Muro ouvir um som e festejar a meia noite. 
No dia seguinte tinha semi planeado com o Lobo irmos fazer uma trilha e almoçar mas quando acordei bem cedo e vi sol decidi que a Mole ia ser o melhor lugar para passar o meu dia. E assim foi, um trânsito descomunal, típico do Verão em Floripa e optámos por ir a pé. Pegámos muito sol, rimos muito, vi muito surfista e ainda bebi um sucão de morango bem baratinho tendo em conta que foi em plena praia (5R).
Claro está que manhã e tarde na praia resultou num valente escaldão, o sol estava tão quente que não houve protector que me valesse. 
À noite fomos para o show de Exaltasamba, o penúltimo que eles vão dar porque a banda vai terminar, mas antes disso jantámos cá em casa mais a Joana uma portuguesa que conheci no churrasco na casa do Lobo que esteve cá no semestre passado mas vai agora embora. Fomos para o show mais a Larissa que é a menina com quem o Zé anda a sair. Fizemos o esquenta e começamos logo a ter noção de que a noite ia ser agressiva e que seria quase uma micareta, só lhe faltava o nome.  O show foi no Stage Parque em Jurere e antes do show em si teve sertanejo. No show eles tocaram tudo o que possam imaginar, desde os clássicos deles à Fugidinha e à minha música de eleição Não quero dinheiro do Tim Maia. Foi maravilhoso! Para terminar tivemos um funkão, que foi a cereja no topo do bolo sem dúvida. Sinceramente não vou descrever mais esta noite, há coisas que só vividas.

Posso afirmar que foi o melhor aniversário de toda a minha vida! 

Lindinha e John


Lembram-se do John e da Lindinha????

O John foi o primeiro cachorro que tivemos juntamente com a Magali. Esteve só uma semana e pouco em nossa casa, foi logo adoptado. Ele está tão crescido e tão louco. Vive numa casa grande juntamente com um irmão labrador. O dono dele acha que ele é muito bem comportado em relação ao irmão. Foi muito bom reencontrá-lo. 

A Lindinha foi uma das cachorras que esteve connosco mais tempo, foi para várias experiências mas foi sempre devolvida porque não se adaptava bem. Mas felizmente foi muito bem adoptada pela Camila e pelo João e vive numa casa com muitos outros cães. Continua mariquinhas e desconfiada mas um doce, como sempre foi. 

sábado, 31 de dezembro de 2011

idas à praia


Para todos aqueles que estão a odiar-me por eu estar no Brasil, tenho a informar-vos que não vale a pena todo esse sentimento porque desde que cheguei ainda só fui à praia 6 vezes. Isto a contar com os três dias de sol que apanhei na ilha do mel ... portanto em Floripa fui uma vez à Barra, outra vez à mole e sim no meu aniversário o sol foi um amor e esteve todo o dia comigo, o que fez com que estivesse todo o dia com o rabo ao sol na Mole. 

Varandas

E finalmente depois de muitas tentativas falhadas ou porque o Zé estava morto ou porque o Varandas estava cheio consegui ter uma noite à séria. Desta vez despachei-me cedo, a Julia veio ter cá a casa com uma amiga e o Daniel também apareceu cedo. Fomos directos para o Varandas e foi maravilhoso. Todo aquele calor humano de novo, as mesmas caras e caras novas, os músicos que me reconheceram logo, ouvir todos aqueles clássicos. Beber aquela caipira super forte e dançar toda mas toda a noite com todo o mundo. 
" E aí moça, cê qué dançar?" voltou a ser a frase mais ouvida :)

O final dessa noite foi incrível parecia que estávamos em pleno carnaval dentro do Varandas, todo o mundo a dançar e a pular, apitos, tambores tudo ao rubro, foi lindoooooo!
Foi todo o mundo embora mais cedo, eu fiquei até ao final sozinha, quando sai começou a chover e apanhei a molha do ano até a casa. Cheguei totalmente ensopada! Mas soube tão bem, fez-me realmente dar valor ao estar num país tropical novamente. 

Natal no Brasil

Não tinha grandes expectativas em relação ao Natal no Brasil, na verdade a única esperança que tinha era que tivesse sol no Natal e pronto, mas não, nada disso. Choveu na noite de 24, choveu no dia de 25 e por aí fora...

Acho que só dei conta que era dia 24 mesmo na hora de cozinhar, a noite antes tinha sido de churrasco na casa da Mirian e do Lobo e depois de muito samba rock num bar novo nas Rendeiras, a tarde de 24 foi passada no brechô (venda de roupas em 2ª mão) que a Pri faz para ajudar os animais. 

Não achei muito estranho o Natal longe da minha família, na verdade cada vez menos dou menos importância ao Natal e esta iria ser uma experiência nova. Passei o Natal com a Pri, o seu amigo Vinicius, na casa da mãe da Pri e ainda com o Eduardo o irmão dela, que veio de São Paulo. Foi muito divertido, comemos muito e muito bem. Tivemos bacalhau assado no forno que eu fiz questão de trazer, queijo e chouriço de Portugal e arroz à grega, um prato típico do Natal cá e ainda Chester uma espécie de perú. Estava tudo muito bom e para sobremesa mousse de maracujá e chocolate. Aqui nem se troca prendas e às 24h deseja-se um feliz natal.

A Pri ofereceu-me um fio com o São Francisco, o padroeiro dos animais e abri o postal da minha mãe e o presenta da Élia.  

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O reencontro...

Finalmente chegou o dia de reencontrar a Magali e por acréscimo a Lindinha, que agora se chama Flôr. A Camila e o João têm feito de casa de apoio para a Maga. Foi lindo o reencontro ela reconheceu-me e ficou completamente louca e para meu espanto a Lindinha também reconheceu mas ficou meia desconfiada a pensar que iria regressar e sair da casa onde agora pertence. 

Fiquei uns dias em casa da Pri com a Maga e os restantes, mas ela desta vez não me largou um segundo tal e qual uma sombra minha. Os dias não têm estado bons portanto depois de um bom banho que lhe dei os dias têm sido passados no sofá com ela e os restantes. 

E eu continuo a só querer levá-la para Portugal :)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ilha do Mel

Nossa, a Ilha do Mel é um sonho... não vou conseguir descrever tudo o que senti lá, foi tanto e tão intenso que decidi para o ano voltar. 
Uma ilha pequena, sem qualquer veículo a motor, sem alcatrão, sem luz nas trilhas de noite...mesmo perfeitinha. Dá para fazer a ilha de um lado ao outro a pé, a água é quente e transparente de um lado e um oceano bravo ideal para surfistas do outro. 
A parte chata é chegar até lá de transportes, é preciso pegar um ônibus em Curitiba para Pontal do Sul que leva uma manhã inteira e depois pegar o barco que atravessa a baía em 30 minutos. Só temos de escolher se queremos ir para Brasília ou Encantadas, nós escolhemos a segunda opção.

À chegada temos imensos restaurantes e botecos e outras tantas pousadas e hosteis. Fomos para o Encantadas Ecologic Hostel e fomos muito bem recebidos. O Pedro (responsável/dono) preparou-nos um café da manhã divinal, completo e com muita vitamina e conversou connosco horas e horas. 

Visitámos praticamente tudo o que havia na ilha, só faltou a Fortaleza, já não deu tempo e estava muito calor, mas fica para a próxima. Há coisas que acontecem de propósito para voltarmos aos lugares onde mais gostámos de estar. Fomos à gruta, ao farol, bebemos água da bica, fizemos as trilhas, comemos bem e no meio disto conhecemos o Roger, um paulista de Bauru, do interior de São Paulo que nos fez imensa companhia. 

Pegámos muito sol, o Zé Mário quase que apodrecia dentro de água e eu quase que ficava lá de vez :)

Encantadas é minúsculo e mesmo assim tem uma Associação de Moradores que faz imensas coisas pelo local e pelas pessoas, fiquei fascinada. Brasília é um pouco maior, ou então tem mais restaurantes e lojinhas, mas já é demasiado comercial e é muito confuso, tem demasiadas trilhas não identificadas que me deixaram confusa de dia, quanto mais de noite sem luz. 

















Pensei muito, escrevi imenso e foi lá que decidi que no próximo ano quero parar um ano, viajar, fazer voluntariado (aquele projecto que tenho debaixo de olho há 5 anos) e se tudo der certo ajudar o Pedro aqui no Hostel em troca de estadia na temporada alta. 


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Curitiba = 1000 km/h

Acabada de chegar em Curitiba tratei das passagens para a Ilha do Mel, infelizmente o trem que liga Curitiba a Parananguá já estava lotado, tive de comprar passagem de ônibus com muita tristeza. Dizem que esse passeio de trem é imperdível. Fui a correr com a Gladys para a reunião que tinha com o editor Fábio Campana e com o fotografo Dico Kremer por causa do futuro lançamento de um livro meu. A ideia inicial era transformar aqui o meu mais que tudo num livro ou então fazer um livro só da viagem final que fiz no verão com a minha mãe pelo Brasil. Mas entretanto optámos por uma compilação de fotos dessa viagem e de todos os lugares que conheci no Brasil e ainda uma pequena descrição minha do momento, do que senti no momento. Será um pouco a minha visão do Brasil. Portanto tenho que começar a trabalhar forte neste projecto. 

Há uma coisa que adoro quando estou em Curitiba, é a imensa comida fantástica e típica que a Adriana (empregada da Gladys) faz, nossa é divinal. Chego a levantar-me a meio da noite para comer feijão com arroz. 

No sábado acordei bem cedo, tinha muitas coisas para fazer e ver... Fui conhecer Sta Felicidade e aí fomos também a casa do fotografo conhecer o estúdio e acabei por não dar pelas horas passarem, fiquei à conversa com ele e a mulher, já viveram em Portugal 8 anos e são apaixonados pelo país, na verdade são apaixonados pela vida. 
Nessa tarde visitei o Museu Oscar Niemeyer, o Jardim Botânico e mais uns jardins que tinham ficado por ver na outra vez. Assi Curitiba ficou quase toda vista. 



Fomos ainda a um evento do social da Gladys num shopping, onde fui apresentada a toda a midia, fui entrevistada e tirei um monte de fotos. 
Também fui conhecer a Filomena e o marido que têm um restaurante de comida portuguesa chamado "Ora Pois", como não podia deixar de ser. Fomos ainda jantar todos batata assada recheada, eu escolhi recheio de bacon com requeijão. Uma delicia!


Para me despedir de Curitiba fomos a uma balada de Sertanejo, que para variar estava cheia de meninas lindas acabadas de sair da novela. 

domingo, 18 de dezembro de 2011

Ilha do Mel...

Estou viva!
Cheguei hoje à Ilha do Mel depois de uns dias em Curitiba. O Zé Mário está comigo, por isso não estou com Deus, estou com o bicho. Está sol, a água é quente e estou mais do que a aproveitar.

Fui de ônibus para Curitiba bem cedo na sexta com o Zé Mário atrás, atrasado para variar. A viagem que deveria ter durado 5h mais ou menos, dirou 7h em que fui praticamente sempre a dormir. Separei-me do Zé em Curitiba e aí fiquei por conta da Gladys. Entre reuniões, festas e passeios turísticos o tempo voou. 


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Matar saudades

Hoje dormi até tarde, efeitos pós El Divino, na verdade acordei cedo para ver se estava sol como sempre fazia, depois deixei-me adormecer ao som da chuva que caia fortemente lá fora. Andei a ler umas coisas e a fazer um trabalho da faculdade de tarde, até que o céu abriu e fui comer um milk shake gigante do Bob's com ovomaltine. Tão grande que foi o suficiente para ficar enjoada. Já bebi muitos sucos também e hoje quando o sol apareceu fui passear à volta da Lagoa como sempre gostei...e recordei que este é o cenário ideal para se viver uma história de amor.



De noite estive preparando a mochila e as coisas para ir para Curitiba e Ilha do Mel e fui ter com um menino amigo que ainda não tinha visto, bem rapidinho. 

Amanhã vou para Curitiba num ônibus cedo e de tarde tenho uma reunião com o editor, um fotografo e mais umas pessoas que estão interessadas em de algum modo tornar o frombrazilaveclove e toda a minha experiência já vivida cá num livro...vamos trocar ideias e ver o que rola. Fico em Curitiba até Domingo, depois vou para a Ilha do Mel. 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

E 4 meses depois...

Voltei ao meu país Tropical. Não estava mais aguentando e tive de regressar ao lugar onde me sinto realmente em casa - Floripa. Cheguei na terça de noite, a viagem fez-se muito bem, isto agora é como apanhar o barco que faz a ligação Barreiro - Lisboa. Quando dei conta já estava no Rio a fazer escala e o calor a entrar-me pelo corpo a dentro. A Priscila e o Vinicius foram buscar-me no aeroporto e fui para casa da Pri directo. Afinal a Magali ainda não está em Floripa, só a vamos buscar na semana que vem em Itajai e assim aproveito para ver como está a Lidinha. A Magali tem ficado na casa da Pri, com os seus outros 500 cachorros e na casa da família que adoptou a Lidinha, até que eu tome uma decisão sobre a nossa vida.
No dia seguinte fui cedo para a Lagoa, vou ficar a maior parte dos dias na casa onde o Zé Mário está vivendo agora, que por sinal é a antiga casa do Carlos, do Pedro, do João Tiago e do Gil, portanto sinto-me quase em casa. O tempo em Floripa mantém-se o clássico, encoberto, muito calor e aguaceiros de vez em quando...por isso não deu para ir na Mole mas aproveitei para pôr crédito no meu celular, para trocar dinheiro e mais umas coisas importantes. Fui à UFSC com o Zé e lá encontrei o Alex e depois fomos almoçar num buffet com o Lobo que também veio cá passar as férias. Que bem me soube este almoço, sentia uma falta de saborear o feijão e a farofa e a saborosa fruta... À tarde fomos no terminal de ônibus comprar a passagem para Curitiba, vou para lá na sexta e também fomos no Shopping Beira Mar comprar o ingresso para irmos no El Divino à noite. Quartaneja é sagrada! :)
Jantarzinho, o clássico esquenta e segui com o Zé Mário e o Papi para o El Divino. Uma noite à altura com direito a tudo ou não se tratasse do El Divino, dancei desde Sertanejo ao Funk e ainda conheci uns portugas que estão cá também de férias, boa gente.

domingo, 25 de setembro de 2011

A decepção de Belém

Chegámos de madrugada a Belém, ficámos a dormir no aeroporto à espera que fosse de dia para os pais da minha amiga Rose nos irem buscar. Pelas 8h eles já lá estavam e foi a partir daí que me apercebi da pobreza e insegurança da cidade de Belém. Fomos de carro até Icoaraci, lugar onde eles viviam. Pelo caminho vimos barracas, esgotos a céu aberto à frente das casas, pessoas a dormir na rua, muito lixo, cães por todo o lado, crianças sozinhas e tudo o que possam imaginar de mau. Fomos almoçar à beira rio,  um pirarucu frito com a Fátima e o Leo (pais da Rose). 
À tarde fomos com a Fátima para o centro de Belém, onde demorámos 1h a chegar de ônibus. Andámos a passear, a ver o comércio e demos um salto no famoso Mercado A Ver O Peso.
Regressámos a casa à hora do jantar onde ficámos durante a noite sem fazer absolutamente nada sem ser tentar matar mosquitos e coçar-mo-nos. 
Foi aqui que entendemos que o açai não é apenas uma sobremesa ou algo que se come quando se tem fome mas sim um acompanhamento tão fundamental à alimentação dos brasileiros do norte como o arroz e o feijão. 

domingo, 14 de agosto de 2011

Rumo a Belém

De Alter pegámos um ônibus para Santarém novamente, estava imensa gente na parada, afinal de contas estamos em pleno verão no norte do Brasil. Acabámos por ir directas para o aeroporto porque tínhamos voo para Belém de madrugada. Portanto mais uma noite a dormir em aeroporto, com esta acho que já estamos a chegar à 10ªnoite em aeroporto ahahah. Inicialmente a nossa ideia era irmos de Santarém para Belém de barco (novamente) mas depois da experiência que vai ficar para a vida, decidimos ir de avião. Sempre poupamos tempo, de barco ião ser 3 dias. Em Belém teremos a família da minha amiga Rose à nossa espera.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Momento mágico

Na última tarde em Alter fomos fazer um passeio de barco e parámos na casa de uma família que vive totalmente isolada de tudo e foi lá que tivemos aquilo a que eu chamo de um momento totalmente mágico.
Eu, a minha mãe, o Marcos, o Moisés (o menino que fez de nosso guia, meio índio precorreu a selva descalço e preparou-nos caipirinhas no barco) e ainda o nosso barqueiro (um eterno apaixonado pela sua italiana) que tocou violão e cantou músicas lindas toda a tarde.

"Há lugares que parece que pararam no tempo...estou no que poderia ser uma comunidade mas acho que é apenas uma casa de uma família, há crianças nessa família, na verdade não está ninguém de momento mas entrámos como se fossemos família. Há uma cadeira para crianças estarem sentadas que está pendurada do tecto, a casa é toda em madeira e folhas secas. Há muita decoração típica dos índios. Há um estrado grande de madeira que serve de cama para toda a família e que tem uma rede mosquiteira à volta. Têm muitos livros, a maioria em outras línguas. Há alimentos guardados e apenas tapados por redes. Vê-se postais no tecto de pessoas que já visitaram esta família. Caixas transparentes de plástico servem para guardar fotos dos bebés. Há plantações de tudo à nossa volta. Há espanta espíritos e candeeiros feitos artesanalmente com penas, sementes e casca de cocô. No meio de toda esta natureza ao longe vê-se garrafas de água e pacotes de leite prontos para seguirem para a civilização para serem reciclados. Há muitas especiarias e um cheiro único no ar. Há colmeias à volta, vê-se que consomem mel em vez de açúcar. Há desenhos feitos pelas crianças no tecto da cabana. O fogão é a lenha e o tecto da cabana está negro nessa zona. Há um pequeno espelho pendurado num tronco. Está um bilhete no chão da casa deixado por outros turistas que cá passaram e que como nós não encontraram ninguém e ainda há umas lembranças . Há instrumentos musicais ao fundo. No fundo dos meus pensamentos ao longe oiço uma música que me faz chorar por dentro - Maluco Beleza do Raul Seixas, tocada ao vivo neste momento pelo nosso barqueiro. Não há geladeira, não há tv, não há computador, parece que o progresso não chegou aqui. Não conheço as pessoas que aqui vivem nem sequer as vi, mas tenho a certeza de que vivem felizes!"

Depois deste momento magnifico fomos deixados em pleno lodo e seguimos por uma trilha rápida no meio da selva que nos levou a uma praia perfeita, a praia de ponta de pedras. Água quente quente quente, um pôr do sol perfeito e mil e uma histórias. O regresso a Alter foi no barco e demorou mais de uma hora ao vento frio que se fez sentir.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A perfeição de Alter do Chão

Alter é uma pacata vila que mais parece uma aldeia plantada à beira rio...rio esse que é tão quente que incomoda!
Nos 5 dias em que estive lá fiquei a conhecer praticamente todas as pessoas da terra e turistas.
Encontrei a Johanna novamente, conheci o Juan Antonio um colombiano que anda a conhecer o mundo desde sempre, o Marcos e conheci ainda o Vitor que estava a desenvolver um projecto de circo com as crianças da terra. Conhecemos ainda um casal de freaks de Marajó, super simpáticos.
Ficámos a dormir num albergue a 2minutos do rio em que todo o mundo dormia na rede. Fomos a uma festa de Reggae e Carimbó (dança típica da amazónia) em que estava todo o mundo, até veio o Eduardo, o amigo de Santarém. Foi muito boa essa noite.
Em frente a Alter tem uma ilha que é a Ilha do Amor, que ao que parece é uma praia paradisíaca, tal caraíbas, mas na época da seca...nós apanhámos a passagem da época das chuvas para a época das secas por isso metade da ilha ainda estava debaixo de água. Para chegarmos à ilha vamos num pequeno barco a remos.
Uma das melhores coisas de Alter é a ausência de mosquitos! :)

Pós barco = Trauma

Tanto eu como a minha mãe chegámos a Santarém meio anestesiadas, já nos tinha passado a fase de desespero total...depois de uma noite muito mal dormida, de uma fome imensa e de um calor que parecia aumentar à medida que nos aproximávamos de Santarém, o que mais nos apetecia era um quarto fresco e limpinho e tudo mais. Mas na verdade ficámos num quartito juntamente com a Yui em que o calor era tanto que nem com dois ventiladores e destapadas conseguimos dormir. As janelas ficaram abertas até que os mosquitos e os besouros se apoderaram do quarto e nos devoraram. Fechando as janelas o calor aumentava, foi de doidos a noite! Antes disso jantámos bem e fomos dar um passeio à beira rio com o Eduardo um amigo nosso brasileiro do CouchSurfing que vive em Santarém e nos deu ótimas dicas para os dias que fomos passar a Alter do Chão.

No dia seguinte seguimos pela manhã para Alter de ônibus, cerca de 1h e apesar de não termos aprofundado a cidade de Santarém, vimos que a mesma não tem grande interesse. Um calçadão à beira mar agradável, edifícios tipicamente portugueses bonitos e pouco mais.

Demasiada beleza...

Tem sido demasiada beleza, demasiadas pessoas, demasiados acontecimentos ótimos!

De momento estamos no aeroporto em Belém onde passámos a noite, temos voo daqui a pouco para São Luis, o último destino desta grande viagem.

Voltando à viagem de barco que fizemos de Manaus para Santarém...
2 dias, 1 noite, 1 família de colombianos, 1 japonesa (Yui) e 1 americana (Johanna). Não mais turistas. Fui pedida em casamento pelo Fábio, um colombiano de 13 anos. O barco ia mais que lotado, na verdade ia um excesso de passageiros e um excesso de redes. Redes ao lado, à frente, atrás, em cima, em baixo...resumindo meio metro quadrado por pessoa. Música (aos berros), Sertanejo e Forró das 5h até às 24h. Projeção de um show ao vivo à noite numa tela. As pessoas tomavam todas vários banhos por dia (excepto os turistas) e as meninas vestiam-se e arranjavam-se como se fosse haver um baile durante a noite no barco. Refeições que terminavam cedo e que esgotavam sem que metade dos passageiros as comprassem. Venda de tudo e mais alguma coisa em todos os portos onde o barco parou. Os policiais revistam as malas e pedem a identidade dos turistas. O tempo parece não passar, foram os dias que demoraram mais tempo a decorrer. O ar é abafado e não passa uma aragem. Tudo é possível e normal a bordo, cães, manicure/pedicure, limpeza de feridas em pernas ausentes, mudança de fraldas no chão...tudo!

Foi uma experiência fantástica pelas cores, pelas condições (ainda que más), pela convivência com os locais!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Rio Amazonas

Depois da Selva ficámos em Manaus 2 dias a repôr energias e a explorar a cidade...fascinante! Manaus tem um mercado enorme com peixes nunca antes vistos em Portugal, com imensa fruta exótica e todo o tipo de legumes. Almoçámos bem no mercado peixe bem fresco. Ao lado do mercado há um lugar na doca onde se vendem apenas bananas numa área gigante, são toneladas de bananas de várias variedades. Já temos rede que precisamos para dormir no barco que nos vai levar a Santarém pelo Rio Amazonas. São dois dias a dormir na rede...
Provámos muitas comidas típicas, vimos uma feira de artesanato, fomos a um arraial num bairro perto do hostel e visitámos alguns museus.

Vou para a aventura do barco...Até mais!

Balanço da Selva

Na selva pesquei e comi piranha, conduzi um barco a motor, andei no interior da selva de dia e de noite a pé e de barco, vi golfinhos, visitei uma família de nativos que vive do cultivo da mandioca, fui muito picada por uma mosca chamada - mutuca, a minha mãe caiu do barco abaixo, mergulhei no Rio Amazonas, peguei num crocodilo bebé, dormi na selva na rede, fiz duas amigas japonesas (Yui e Tomoka), vi uma tarântula e uma cobra bem pertinho de mim...fiquei encantada com a selva mas também senti tanto medo!!!

A magia da selva...

Não conseguirei certamente transmitir metade do que senti nos dias em que estive em plena selva amazónica...a selva de noite é totalmente diferente da selva durante o dia, em que apesar de tudo vejo o que está à minha volta. O que tem de encantador tem de assustador! De noite o céu estrelado apodera-se de tudo à nossa volta, reflecte no rio e parece que todo o universo se resume aquela dimensão. Está tudo escuro e só se ouve o barulho de fundo da floresta. Os grilos, os sapos e os pirilampos são os reis da noite, até que ao longe se começam a ver no meio do escuro os olhos vermelhos dos crocodilos. À medida que vamos avançando à procura de crocodilos vamos ficando cada vez mais embrenhados na floresta. Ouve-se o barco a bater nos troncos e ramos das árvores que na sua maioria estão metade submersas no rio e a outra metade está totalmente submersa. À medida que a vegetação fica mais densa o cheiro da selva e dos seus animais fica mais intenso. Foi a primeira vez durante estes meses no Brasil em que senti realmente medo!

Na verdade tenho muito respeito pela natureza, mais do que por qualquer outra coisa. Peguei num crocodilo bebé, tinha 5 meses e já assim teve um comportamento defensivo em relação a nós, humanos.

Durante a noite torna-se mais dificil ver as cobras que se passeiam por cima das árvores, mesmo por cima de nós. Vimos uma, com cerca de 2m, venenosa mas não nos atacou porque não estava com fome.


Quando estive na selva, tive a sensação constante de que as minhas hormonas estavam aos saltos. Não sei se é do calor, se do cheiro da selva, se da humidade existente no ar. Acho que isto justifica o apetite sexual dos nativos e ainda o porquê de famílias muito pobres estarem cheias de crianças.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Selva

Acabámos de decidir que amanhã de manhã vamos bem cedo para a selva. Vamos com o pessoal do Hostel, são 3 dias e 2 noites. Na primeira noite dormimos num Eco Lodge e na segunda dormimos em plena Amazónia numa tenda, espero que com os índios. 

Quando voltar conto tudo!


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Amazónia!

Depois de alguns dias sem acesso à internet, estou de volta. Passámos a noite no aeroporto de Cuiaba e de manhã seguimos para Manaus, com escala em Brasilia. Manaus fica bem no meio da Selva Amazónica e a única forma de sair daqui é de avião ou de barco. Estão 31graus e os nativos dizem que está frio... está um calor húmido insuportável, até custa a respirar. Estamos num Hostel do HI que tem muito bom aspecto e o pessoal é todo muito simpático.

Depois de nos instalarmos fomos dar uma volta pela zona do porto e do mercado, fomos alertadas por várias pessoas para termos cuidado, parece que Manaus já não é tão tranquilo. Manaus é uma cidade com uma vida fora do normal e é totalmente caótica. Fomos jantar perto do Hostel num bairro social onde serviam comida na rua, não havia muita variedade mas um costeletão com arroz, feijão, salada e farofa, e ainda com um refri, custava 8R. PERFEITO!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Transpantaneira

Nao arranjamos onde ficar em Cuiaba, na verdade nem procuramos muito, por isso ficamos a dormir no aeroporto, as usual. Cedo fomos tratar de alugar um carro para chegarmos ao pantanal e finalmente fazermos a famosa Transpantaneira.

Agora imaginem:

- Eu e a minha mae

- Um Fiat Uno que mais parece um jipe, sem ar condicionado nem radio

- Cerca de 40 graus

- Milhoes de mosquitos

- Muita poeira

- Estrada de terra batida, sem qualquer sinalizacao

Foi a aventura total ate chegarmos a pousada onde acabamos por ficar a dormir. Ficamos numa pousada muito agradavel, totalmente sossegada e com muitos animais. Os donos da pousada e a familia e guias eram super simpaticos e atenciosos.

Entre corcodilos, muitos passaros, macacos, capivaras (maior roedor do mundo), veados, quatis e mais uns quantos animais que se atravessaram no meio da estrada conseguimos visitar a transpantaneira e so saimos da estrada devido a demasiada areia uma vez, mas como o Uno era melhor que um jipe, a coisa solucionou-se rapidamente.


No segundo dia na Transpantaneira acordamos cedo e fomos fazer um passeio num pequeno barco no Rio Claro, onde pela primeira fiz pesca. Pesquei mais de 10 piranhas e se soubesse que tinha tanto jeito ja me tinha dedicado a pesca mais cedo. Foi uma manha muito bem passada, excepto quando as piranhas se soltavam do anzol e ficavam dentro do barco soltas prestes a comerem-nos as pernas. De tarde dormimos uma cesta na rede e aproveitei o sol quente. Seguimos mais ao final do dia de volta a Cuiaba novamente, fazendo outra vez a Transpantaneira, assistimos ao por do sol e com o escurecer vimos os crocodilos a comecarem a ter alguma actividade para alem de estarem deitados ao sol, imoveis.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Chapada dos Guimarães

Estivemos na Chapada dos Guimarães 3 dias. Ficámos num Hotel (era mesmo o que tinha escrito na fachada) muito mas muito modesto, mas limpinho, silencioso e com café da manhã.
Tivemos direito a jantar com jazz e bossa nova ao vivo na primeira noite.


Foi aqui que começámos a ter noção da quantidade de pessoas que morre devido à DENGUE.
No segundo dia fizemos uma trilha pelo Parque Municipal da Chapada dos Guimarães, onde fomos a uma série de cachoeiras e terminamos na casa de pedra. Ai conhecemos os dois irmãos paulistas , Guilherme e Henrique (quase que podiam ser uma dupla de sertanejo) que nos acompanharam sempre que estivemos na chapada. Fomos ver o por do sol no mirante do Alto do Céu e foi soberbo. Comemos um sorvete todos juntos, eu escolhi de Buriti, era muito gostoso. Fomos jantar todos juntos um espetinho e a conversa foi decorrendo pela noite a dentro.

No dia seguinte fizemos a trilha da caverna e da lagoa azul juntos, com mais um grupo grande de turistas, todos muito simpaticos e com o fantastico guia Lazaro. Tambem estivemos numa plantacao de algodao que foi encantador. Debaixo de muito sol, ainda fomos num mirante e terminamos o dia na cachoeira. Despedidas a correr e seguimos para Cuiaba novamente, onde iremos passar a noite.





sábado, 16 de julho de 2011

O calor aumenta constantemente

Se na Foz do Iguaçu apanhámos autênticos dias de verão, agora em Cuiabá estão 35 graus e estamos em pleno inverno. Isto é Brasiuuuu :)

As Cataratas do lado Argentino são totalmente diferentes do que vi no lado Brasileiro mas são tão ou mais bonitas que as Cataratas do lado Brasileiro. Fizémos um passeio de barco pelas Cataratas e o barco levou-nos mesmo ao interior da famosa Garganta do Diabo, onde ficámos totalmente encharcadas, a sorte foi mesmo o calor.
O ponto alto do dia foi o momento em que socializei com os muitos macaquitos que ali vivem. Fiquei mesmo feliz.
Passámos a noite no aeroporto da Foz e seguimos de manhã cedo para Cuiabá, com escala em S. Paulo. Daqui vamos seguir para a Chapada dos Guimarães, onde iremos conhecer a transpantaneira.

Começa a notar-se a ausência de internet e de computadores pra malta que anda a viajar sem o laptop às costas, mas mal esteja num hostel vou tentar colocar fotos.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Viagem Final com a minha mãe

Partimos ontem de Floripa ao final do dia, dormi toda a viagem e só fizemos uma paragem para jantar. De manhã cedo estávamos na Foz do Iguaçu para conhecermos as famosas Cataratas. Hoje vimos apenas o lado brasileiro e ficámos totalmente fascinadas. Dizem que o lado Argentino é mil vezes melhor, amanhã veremos. Depois de muito tempo na fronteira chegámos à Argentina. Estamos em Puerto de Iguaçu, no Hostel Che Lagarto e vamos jantar um belo naco de carne argentina!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

1 mês pelo Brasil!

Vou viajar com a minha mãe 1 mês inteirinho pelo Brazil, entre ônibus, avião, carro e carona. Na verdade eu acho que ela vem apenas garantir que eu volto realmente para Portugal, acho que o grande objectivo dela é enfiar-me no avião.

Este é o percurso que vamos fazer:

Última Noite

E foi assim a última . Com um churrascão com os amigos mais próximos, com um esquenta cá em casa e por fim no Varandas com um último samba. Até cantei com a banda uma dos meus sambas preferidos.
Agora estou de partida para uma grande viagem, pelo Brasil. Vou dando notícias, assim o espero. Até logo! *

Últimos Acontecimentos Floripenses

A Rita já foi embora, a Joana e a Leti também. Na verdade está todo o mundo indo embora.
A minha mãe já chegou em Floripa, alugámos um carro e conhecemos toda a ilha.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Última Quartaneja!

Hoje estou em modo eufórico-depressivo. Tive 3 despedidas de seguida: Rafa, Leticia e Marjorie. Mas hoje é a minha última Quartaneja no El Divino, ou seja, é a última noite em que vou ouvir e dançar Sertanejo no Brasil.

E deixo-vos com uma das minhas favoritas:

Praia em pleno Inverno?!?!

Só mesmo no Brazil :)
Felizmente ainda é possível fazer umas horinhas de praia por volta da hora de almoço em pleno Inverno aqui em Floripa. Enquanto que no interior do estado de Santa Catarina neva, na Ilha é possível tentar manter-se o bronzeado.

Saudades de Portugal

Tenho algumas saudades da minha casa do Barreiro, muitas saudades da "minha" casa de Lisboa, sinto falta dos momentos com os meus amigos, tenho saudades do convívio com a minha família, morro de saudades dos meus animais e ando a passar mal com a ausência de trabalho que as minhas obrigações me dão em Portugal. Mas o que sinto mesmo saudades, é da comida portuguesa.
Os pais do Lobo quando estiveram cá trouxeram-nos o belo bacalhau, que nos deu para duas refeições, uma é a que está na imagem, os meninos fizeram bacalhau na brasa e a outra foi o Lobo que fez bacalhau com natas.
Imensas vezes damos por nós à refeição a falar de pratos típicos portugueses, bacalhau, tripas, cozido, feijoada, arroz doce, francesinha, sopa e tudo mais. E é nessas alturas que tenho noção da falta que a comida portuguesa me faz!