segunda-feira, 16 de maio de 2011

Rio de Janeiro - 7º Dia (10-05-2011)

Estava a chover de manhã, na verdade tenho ideia que choveu toda a noite...é a única desvantagem do Brasil, é ser um país tropical em que pode chover a potes a qualquer momento. Depois de um café da manhã tomado nas calmas e de uma valente molha a chuva parou e tentámos ir ao Cristo, ainda que em vão. Ficámos pelo Mirante de Dona Marta de onde teríamos uma vista perfeita sobre todo o Rio de Janeiro e em especial sobre a Lagoa de Ipanema e ainda veríamos o Cristo muito bem se não estivesse praticamente tudo encoberto. Lá se ia vendo Ipanema e a Lagoa e muito de vez em quando o Cristo, mas a máquina fotográfica não conseguiu apanhá-lo bem. Nem os macaquitos vimos, estavam todos escondidos por causa da chuva.

O almoço foi em Ipanema e depois seguimos para o Posto 8 onde estava à nossa espera o Rodrigo para finalmente irmos conhecer a Rocinha:)

E agora sim a minha viagem ao Rio começou a ganhar o seu sentido...fomos de Van até ao início da Rocinha mas antes passámos pela Vidigal (onde o Rodrigo vive com a mulher americana) e depois de muita conversa com ele sobre a vida na favela entendi que se um dia morar no Rio vai ser na Vidigal. Na Vidigal vivem muitos artistas, músicos e até os actores do filme Cidade de Deus, Tropa de Elite e afins, portanto na Vidigal as pessoas têm qualidade de vida e vivem mais seguras do que no resto da cidade. Em qualquer favela uma casa boa e espaçosa conseguesse por 300R, não pagas água, nem luz, nem internet. As coisas dentro da favela são super baratas, por exemplo um salgado e um refri por 1R, enquanto que em qualquer outro lugar fica entre 2,5R e 3,5R.

Estando na Rocinha pegámos um moto taxi cada um, eu fui o caminho todo a berrar. Na verdade só tinha andado de moto há muitos anos atrás e foi numa recta. Subir a favela com mil curvas super inclinadas e com mais de duas mil motos a cruzarem-se contigo, fora as pessoas, carros e animais é surreal. Quase que tinha um AVC ahahah. Mas fiquei contente porque o moço da minha moto disse que achava que eu era brasileira ;)

Chegando ao cimo da favela tivemos direito a observar uma vista linda sobre toda Ipanema e Copacabana, fomos logo recebidos pelos traficantes, que nos aceitaram muito bem. Fomos descendo nas calmas e vendo a quantidade de fios de electricidade que saem de cada poste, chamam-se gatos ensinou-me o Rodrigo. E quando a luz vai abaixo normalmente toda a favela ou metade fica às escuras durante dois dias. Entre ruelas, escadas e pequenas portas conhecemos a vida na favela. Subimos a uma casa com uma vista fantástica sobre toda a Rocinha e fomos ainda à casa dos pais do Rodrigo para vermos como as casas por fora podem ser feias e pobres mas por dentro têm todas as coisas necessárias e até luxuosas.

Não há como descrever a vida na favela...só vos garanto que fiquei encantada! Um grande obrigada ao Rodrigo por esta oportunidade.

Terminado o grande passeio, voltámos para Copacabana de Van e demos mais um passeio no calçadão e pela feira para comprar os últimos recuerdos. O jantar foi rodízio de pizza com 50 pizzas diferentes ...podem imaginar o resultado final! Ah e recomendo a de muzarela, banana e canela, uma delícia!

Para digerir fomos dar o último passeio no calçadão como do Rio porque no dia seguinte às 6:30 sigo para o aeroporto para voltar a Floripa.

Adeus Rio, sei que um dia te irei pertencer!

1 comentário:

  1. Anda uma mãe a criar uma filha para acabar numa favela ;)

    Mamã

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