Rio de Janeiro - 3º Dia (06-05-2011)

O dia começou cedo (novamente) e a ideia era ir passar o dia em Paraty. Depois de 2h para atravessar a cidade chego na Rodoviária e só tinha ônibus para lá ao meio dia...pergunto o destino do próximo ônibus a partir... - Angra dos Reis... falaram-me bem disso, sei que tem a Ilha Grande em frente. Com um pouco de sorte ainda consigo dar lá um pulinho. O bilhete era mais barato...porque não...Siga!

Em três horas estava em Angra dos Reis, compro um bilhete para regressar ao Rio no último ônibus que sai às 22:40 e informo-me sobre uma possível ida à Ilha Grande, o grande atractivo de Angra.

Tenho duas hipóteses:

- Barca tradicional de pescadores. Duração: 2H. Partida: 15H

- Catamaran. Duração: 45mint. Partida: 16H

Apesar de querer experimentar as duas embarcações escolho a 2ª opção, era a única forma de aproveitar qualquer coisa da ilha. Mas havia um problema, o regresso teria de ser às 18H...impensável! O moço da agência do turismo foi super simpático e ligou para um amigo que costuma fazer a viagem Angra - Ilha Grande todos os dias e conseguiu que eu viesse com ele às 20H numa escuna chamada - Cavalo Marinho.

Dou um passeio por Angra à beira mar, vejo algumas praias e observo as muitas ilhas que existem. Almoço num restaurantezinho simpático com uma vista espantosa e uma banda sonora ideal. Entre Caetano Veloso e Skank...terminando com a música - Cidade Maravilhosa. Como um prato executivo composto por um peito de frango grelhado, salada, arroz e batatas fritas que me soube pela vida, para além de ter sido muito baratuxo. Entre fotos, ida ao supermercado e caminhadas chegou a hora de pegar o barco para a ilha.

Um catamaran todo jeitoso, bonito e moderno estava à minha espera, mas a cereja no topo de bolo foi a possibilidade de fazer a viajem no tejadilho do barco a torrar ao sol e ao sabor do vento. A viagem foi muito agradável mesmo, estava a temperatura ideal mesmo com a brisa do mar que se fazia sentir. Passámos por muitas ilhas, umas turísticas ocupadas por hóteis, outras particulares e outras totalmente selvagens. Chegando à Ilha Grande, à comunidade de Abraão o sol estava a esconder-se entre os morros, mas tinha tudo muito bom aspecto. Faço uma caminhada pela praia à beira mar que me leva ao começo de uma trilha que segue ao longo de toda a costa por algumas praias. Entre pequenas cabanas que fazem apoio às praias e uma ou outra casita escuto ao longe boa música brasileira e presencio um dos mais belos e vermelhos fins de tarde de sempre. Ficando de noite regresso à civilização e vou conhecendo as pequenas ruelas, páro, sento-me à beira mar e fico a apreciar todo o momento e dou por mim a pensar na sorte que tenho em viver toda esta experiência e especialmente por fazê-la sozinha.

Às 20h encaminho-me para o cais, nada de Cavalo Marinho, aguardo e ao fim de algum tempo lá chega o barco. Sigo viagem de volta para Angra com o Alexandre (dono do barco) e com um amigos...apagaram as luzes que iluminam o barco e o vento fez-se sentir...senti algum medo por ir completamente sozinha com dois grandalhões no barco, pelo desconhecido a dentro...mas depressa me embrulhei na canga, olhei o céu estralado e adormeci. A viagem até passou rápido, o frio é que tinha sido desnecessário.

Chego a Angra com tempo para pegar o ônibus, ainda páro numa praça onde está a haver música ao vivo e oiço uns quantos clássicos zucas...sigo para a rodoviária e pego o ônibus para o Rio apenas com duas pessoas... dormi toda a viagem. Já no Rio a rodoviária fica perto do terminal dos colectivos, encaminho-me para lá, espero um bom bocado e à uma hora e pouco passa um ônibus praticamente vazio que passa na divisa entre Ipanema e Leblon, perfeito.

Por volta das 2:30 estava no Hostel, cansada mas muito satisfeita depois de um dia com ótimas paisagens e com uma banda sonora ideal.